terça-feira, 11 de junho de 2013

Resenha #8 - A Batalha do Apocalipse

Faz um tempinho que eu li este livro, mas mesmo assim a sensação quando releio é a mesma, uma sensação de quando você está lendo algo realmente bom e que valeu muito a pena ter dado uma chance para o livro e o autor.

O amor é uma tolice. Ele nos torna fracos, vulneráveis. O amor é uma ilusão passageira, fadada a terminar um dia. Só os imbecis se rendem a tais sentimentos. O amor por si é o único amor verdadeiro, porque no fundo todos nós, homens, anjos ou demônios, somos egoístas ao extremo. Quando amamos alguém, é porque assim nos sentimos felizes, e não o contrário.
Eduardo Spohr certamente foi uma grande revelação para mim em 2010 (quando li o livro a primeira vez), eu estava totalmente cheio de literatura brasileira por conta dos vestibulares e enem, já não acreditava que poderia achar algo legal vindo do Brasil. Um belo dia fui passear na saraiva, para ver se ocupava a mente com alguma outra coisa e me deparei com este livro numa promoção daquelas de deixa qualquer bookaholic de cabelo em pé, o livro estava apenas 9,90 e eu não podia perder. Eu nem mesmo me liguei de que era um livro de autor nacional (não tenho costume de ler orelha de livro), pois o nome não me parecia algo muito comum e logo descobri que a escrita também não era algo facilmente encontrado aqui no Brasil.
Foi assim que me afundei na história de Ablon, um anjo guerreiro que havia sido expulso do céu por ter ficado ao lado de Lúcifer em sua rebelião. Ablon se tornou um renegado, vagando pela terra até em busca de paz, mas não era bem isso que encontrava, sempre estava sendo perseguido ou pelos servos de Miguel, ou pelos servos de Lúcifer. A partir daí somos levados por uma série de aventuras do futuro e do passado de Ablon.
Eduardo tem um modo de escrever muito bom e que me agrada muito, não se parece nem um pouco com o que a maioria dos autores brasileiros de hoje em dia escrevem. A narrativa de Eduardo é do tipo que você precisa estar sempre prestando atenção, pois todo mínimo detalhe conta na hora de resolver algum mistério ou entender algum dos fatos. Um dos principais pontos a meu ver é a maneira como o autor descreve bem os fatos, sem deixar o livro entediante e cansativo.
Os personagens são muito bem construídos, extremamente decididos quanto suas escolhas. Ablon é um personagem forte, com um temperamento um pouco explosivo. Shamira é uma feiticeira um tanto quanto corajosa, que arrisca sua vida inúmeras vezes por amor a Ablon e por suas causas. Além de outros personagens extremamente bem inseridos na história, com sua importância.
O enredo de ABdA é totalmente incrível, eu sou apaixonado por anjos e esses mitos sobre o apocalipse, quando terminei de ler eu fiquei pensando “Como vou fazer agora que acabou?”. A trajetória desenvolvida durante todo o livro nos dá um ar épico ao mesmo tempo em que quebra a tensão com umas pitadinhas aqui e ali com romance (bem de leve). O que eu gosto mais dentro do enredo é o fato dele demonstrar o quanto de pesquisa o autor precisou fazer para chegar aonde chegou, isso significa que não temos aqui aquele tipo que joga informações vazias e deixa um texto sem conteúdo. O autor joga vários flashbacks durante todo o livro, para entendermos o que tá acontecendo no presente e o porque, eles são extremamente bem bolados e nunca sem motivos, e ps: Eu AMO flashbacks!
Eu só tenho uma advertência para fazer a quem for ler este livro, ele tem um vocabulário um pouco complexo e a leitura não é daquelas que conseguimos terminar em um dia. Como eu disse acima, é um livro que precisamos estar totalmente focados para lá na frente não perdermos nada.
O fim deste livro foi muito bom, é daquele tipo que o autor quer que você descubra o que aconteceu por conta própria. Ele encarrega a sua imaginação de fazer isso, eu gostei muito desta jogada, é uma maneira muito legal de manter certa interatividade com os leitores que sempre querem saber o que de fato aconteceu, criando inúmeras teorias na cabeça.

1 comentários:

Nell Farias disse...

olá André adorei sua resenha.
Já vi esse livro em promoção diversas vezes, mas acabei deixando passar por achar que era mais um daqueles livros nacionais chatos (eles andam se multiplicando descontroladamente ultimamente), mas agora fiquei bem interessada nele.
Gosto de livros com uma história bem contada, em que o escritor não subestima o leitor achando que ele não vai entender seu ponto de vista de dificultar um pouco a leitura.
Parabéns pelo blog.
Nel
Mais um blog sobre livros.

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