As comédias satíricas normalmente são meio duvidosas em um contexto geral, pois elas normalmente brincam com várias produções de sucesso, mas normalmente resultam em comédias do tipo "pastelão". Esse tipo de filme era sucesso na década de 80, tendo o falecido Leslie Nielsen como o grande astro no gênero, em produções como "Apertem os Cintos, Que o Piloto Sumiu" e "Corra Que a Polícia Vem Ai". Mas em 2000 os Irmãos Wayans criaram a série "Todo Mundo Em Pânico", que obteve um enorme sucesso mundial, tornando-se assim uma grande série satírica do cinema, sendo que seu foco era as produções de terror e suspense. Mas os Wayans acabaram se desligando da série no 3º longa, dando lugar ao diretor David Zucker, conhecido pelas grandes sátiras da década de 80 mencionadas acima. Em minha opinião a série melhorou nas mãos de Zucker, pois deixou um pouco de lado à cansativa baixaria gratuita que eram os dois primeiros e focando mais nas situações e nas atuações para ser assim mais semelhante o possível à produção satirizada.
Mas sete anos depois do "último capitulo da trilogia" foi lançado "Todo Mundo em Pânico 5", e devo admitir que a qualidade decaiu e muito. A começar pela protagonista onde ocorreu uma troca entre Anna Faris por Ashley Tisdale (a Sharpay de “High School Musical”) confesso que não gosto do trabalho de ambas, mas acabou afastando boa parte do público mesmo assim. Depois foi o diretor David Zucker no qual aqui trabalha como um dos roteiristas e produtor e passou a direção para Malcom D. Lee ("O Bom Filho a Casa Torna"). Com base nestes tópicos, já podemos ter uma noção do que esperar desta película.
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Sua história começa com os polêmicos Charlie Sheen e Lindsay Lohan (em uma referência clara a "Atividade Paranormal"), no qual aquele está se preparando para gravar um filme pornô caseiro com esta, mas ocorrem eventos paranormais no quarto onde estão e ambos acabam morrendo. Por incrível que pareça a química entre ambos funciona e diverte, sendo que se o filme fosse focado neles acabaria funcionando. Então começa uma narração em off com uma voz muito semelhante a de Morgan Freeman, contando que Sheen deixou seus filhos órfãos, então passa para uma sequência onde Snoopy Dogg e seu amigo descobrem uma casa abandonada na floresta (referência ao "Segredo da Cabana"). Mesmo sem sabermos qual final certo levaram ambos nesta sequência, o filme mostra os filhos de Sheen sendo adotados por Jody (Ashley Tisdale) e seu marido Dan (Simon Rex, o único ator deste filme que participou dos dois últimos filmes da série), mas as crianças apresentam algo fora do normal em seus comportamentos (em referência a "Mama"). Depois de mudarem para uma casa nova para poderem cuidar melhor dos pequenos, Jody decide erguer seu sonho e de sua Mãe, em ser uma bailarina de sucesso na peça do "Cisne Negro" (em referência a este filme), mas para isso tem que passar por cima da sua rival Kendra (Erica Ash). Os roteiristas promovem sequências até que engraçadas nestas partes ao "Cisne Negro", como a anorexia de Jody, o momento pelo qual Jody e Kendra se relacionam também está aqui (de fato são uma das poucas sequências engraçadas) assim como o jogo de câmeras que diretor Darren Aronofsky realiza nas cenas quando Natalie Portman caminhava em direção ao estúdio de dança. Já seu marido Dan trabalha em um laboratório de pesquisas abordando a inteligência de macacos (sátira a "Planeta dos Macacos: A Origem").
Mas eventos paranormais começam a ocorrer na casa do casal, que decidem procurar ajuda com especialistas no assunto, isso inclui um Padre e o personagem de Leonardo DiCaprio em "A Origem", sendo que a equipe de maquiagem ajudou muito nesta sequência, pois fez o ator se parecer muito com este. Além deste são satirizados outros filmes como "Sobrenatural", "A Morte do Demônio", inclusive o livro "50 tons de cinza", sendo que Christian Gray é vivido aqui por Jerry O'Connell ("Gatos Numa Roubada", em divertida participação especial), demonstrando nesta hora o quanto é tosca a história deste. Há inclusive ao filme "Drive", na qual utilizam as sequências em rapidez apresentadas neste, durante a pelicula. Mas um grande ponto fraco no filme é o enfoque no humor pastelão, onde as principais piadas são sobre brigas com pessoas batendo objetos na cara, ou referências claras a imagem da "loira burra".
Agora confesso que cresci vendo todos os filmes da série e sempre os admirei, mas este foi o mais fraco de todos quando não deveria ser, pois foi realizado com o propósito de apresentá-la a nova geração como os recentes "Pânico 4" e "American Pie: o Reencontro", mas resultou em uma espécie de reboot, que resultou em uma produção fraca.
TODO MUNDO EM PÂNICO 5 ESTRÉIA EM 14 DE JUNHO DE 2013 NO BRASIL.
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